Histórias de vida e superação. Mulheres protagonistas na família e na sociedade. O retrato do povo brasileiro: afetuoso e capaz de ressignificar suas vivências em atos de coragem, mas sem perder a ternura e a delicadeza. O projeto Retratos de Mãe, de Andréa Leal, traz a fotografia como instrumento de valorização e mudança social. Dezoito personagens reais dos artigos da jornalista pernambucana Sílvia Bessa, com curadoria de Simone Silvério. Um convite à emoção e uma homenagem às mulheres e mães do Brasil. O projeto deu fruto a uma exposição com acessibilidade e interação, onde, por meio um aplicativo de realidade aumentada, diante de cada retrato o visitante assiste a um vídeo com o depoimento da própria personagem contando sua trajetória. A mostra tem o apoio de Fujifilm , Magipix, Viacolor e Virtual Produções.

Com 20 anos de profissão e figurando entre as profissionais mais destacadas do Brasil, considerada em 2010 um dos 15 repórteres mais premiados do país de acordo com ranking histórico elaborado pelo site especializado Jornalistas&Cia, de São Paulo, Sílvia no início deste ano de 2018, figurou como a segunda jornalista a ganhar mais honrarias em todo o Nordeste. Aos 42 anos, soma mais de vinte prêmios jornalísticos internacionais e nacionais, entre os quais três prêmios Esso e de quatro e prêmios Embratel. Depois de atuar por mais de 10 anos como repórter política, deu uma guinada na sua carreira. Com a primeira filha Anaís pulsando no seu ventre, descobriu que ser mãe é também resistir. Viveu a chegada e a partida da primogênita no mesmo momento. A bebê tinha a Síndrome de Edwards, acaso genético com impactos neurológicos graves e viveu por 111 dias. “Eu só queria ser uma mãe com dignidade”. Jornalista, voltou à redação determinada a ouvir e escrever sobre mulheres e mães. Foi premiada dois anos depois com a gestação das gêmeas Anita e Pilar.

O projeto, transformado em exposição lançada no Recife e em cartaz em São Paulo, é pano de fundo para a aparição dessas mulheres fortes, com uma história pra contar. Conheça algumas delas: Depois de passar oito horas em poder de sequestradores ao lado da filha criança, Beth largou a profissão e se transformou em contadora de histórias, com a missão de dar atenção e afastar crianças carentes da criminalidade.

Afastada do sonho de ser professora pelo machismo do pai e do marido, Rosa fez concurso público às escondidas com a “conivência” dos filhos, entrou numa sala de aula pela primeira vez aos 55 anos e hoje ensina as crianças a dizer não à opressão e ao preconceito, falando de autoestima e valorização do negro a crianças da rede pública de ensino e suas famílias.

Com uma situação financeira estável, Áurea já trabalhava como voluntária quando Pernambuco foi atingido pelo surto de microcefalia. Ela começou frequentando hospitais para dar apoio às mães e hoje se dedica a projetos que as integre ao mercado de trabalho, ensinando a fazer e vender bijouterias e doces. Aos finais de semana, leva os bebês raros para sua casa, faz campanhas para arrecadar fraldas, remédios e alimentos e é tida como um anjo da guarda para as famílias.

Na criação da filha e na vida, Beca é incansável na valorização de mulheres e das negras e na não-romantização da maternagem.

Daniele teve um filho com microcefalia e foi uma das primeiras mães a expor o caso, dar entrevistas, alertar e pedir ajuda para seus filhos e os outros bebês que também nasceram com a Síndrome Congênita do Vírus Zika.

 

Conheça um pouco sobre todas as personagens: